domingo, 30 de abril de 2017

O MITO DO PLANALTO DA BORBOREMA


O MITO DO PLANALTO DA BORBOREMA 


Publicado em 20 de ago de 2015 no Youtube:Vídeo construído no projeto PIBID Geografia da FABEJA mostra que o efeito altitude no Planalto da Borborema não suficiente para causar a semiaridez no sertão de Pernambuco, nordeste do Brasil como divulgado comumente divulgado em livros, dessa forma continuar afirmando a Influencia do Planalto da Borborema como elemento principal causado da semiaridez é mito, e ensinar aos alunos é um erro grave. Equipe Prof. Ms. Lidhiane Farias; Especialista Prof.Arnaldo Dantas; prof. Dr.Natalicio de Melo.


É mito atribuir a feição de relevo de barlavento do Planalto da Borborema, as condições climáticas atuais e reinantes de semiaridez presente no Agreste e Sertão de Pernambuco.

O Grande erro em atribuir a seca a unidade de relevo Planalto da Borborema como elemento fundamental principal desencadeador desse citado fenômeno climático presente sazonalmente no semiárido nordestino, decorre principalmente em colocar essa unidade de relevo Planalto da Borborema  como primaria e mais importante. Esse equivoco decorre em desprezar ou desconhecer os graus de Taxon de analise espacial atribuído as formas de relevo proposto por Jurandir Ross como é o caso da Classificação do relevo brasileiro (ROSS,1996). Segundo ROSS(1996) a Unidade de relevo denominada Planalto da Borborema é classificada como de Segundo Taxon. Essa  por sua condição de origem erosiva é inferior a de primeiro Taxon, assim  insere-se em uma unidade maior e mais abrangente de origem estrutural denominada Domo. O Domo é a condição fundamental para entender porque o Planalto não interfere diretamente como fenômeno climático definidor da seca. 

Assim, considerando essa classificação e condição  hierarquia de relevo, o  que se percebe-se na literatura e nos trabalhos de pesquisa de campo, e  que no caso desse estudo especifico no nordeste, a Unidade Planalto da Borborema se situa em uma unidade de relevo escultural (JATOBÁ,L & LINS,RC.2008) grande extensão espacial que se distribui toda a área central  do nordeste, embasando geologicamente os terrenos das regiões Agreste Sertão sob uma forma de relevo maior denominada Domo. 

Domo por ser uma Morfoestrutura é classificada como de primeiro Taxon. Nessa condição hierárquica a Unidade Planalto vem a torna-se apenas parte de um componente maior e principal o  Domo. Esse Planalto da Borborema por sua condição geológica e geomorfológica e hierárquica dentro do Domo não interfere no fenômeno seca, principalmente porque a distribuição dos terrenos que componente do planalto se estende no sentido Leste-Oeste do Domo, a saber no sentido da drenagem radial hidrográfica exorreica do domo em direção ao Oceano Atlântico ou no caso rios intermitentes sertanejo em direção exorreica  ao Rio São Francisco e este para oceano.

Essa condição de relevo dômica e drenagem radial concêntrica no seu topo, permite por suas condições geomorfológica e geográfica  se permitir que as massas úmidas do Atlântico penetrarem no interior, mas perdem umidade pelo efeito continentalidade e altas temperaturas  favorecendo apenas a presença de umidade nos brejos de altitude e chuvas esparsas aleatoriamente distribuídas. 


Quando se afirma erroneamente que o Planalto da Borborema favorece a sequidão, o que não é verdade, seria necessário que a distribuição da massa rochosas se distribuísse no  sentido Norte-Sul, teria de ser  como se fosse um cordilheira de grande cotas altimétrica exercendo um  papel de paredão  para impedir que as massa Tropicais do Atlântico avançasse sobre certas áreas continental principalmente  o sertão pernambucano onde predomina o clima semiárido, o que não é correto,  é um MITO. Conforme Aziz Ab Saber um Domo desenvolve no ambiente uma drenagem radial é exorreica dos rios, fazendo que os mesmo contribua para eficiência de drenagem rápida e exorreica. Como se saber nas áreas do sertão o endorreísmo é em direção ao São Francisco, um rio perene na região,mas que tem sua nascente fora do regime intermitente reinante no sertão, uma vez que o mesmo nasce nas Serra da Canastra ambiente serrano e úmido, e que deságua no oceano.  



Segundo Lucivãnio jatobá e Alineaurea Florentino Silva (2015), no livro O Nordeste brasileiro A Convivência com a Seca pag.15, cita que o Planalto Borborema não tem influência direta sobre as condições reinantes de semiaridez do Agreste e Sertão pernambucano. Afirma “Antes, se dizia que o Semiárido nordestino existia por causa do relevo, especialmente pela posição do Planalto da Borborema. Explicando melhor essa ideia: considerava-se que, com a presença desse obstáculo natural do relevo nordestino, o ar úmido que se desloca Atlântico para o interior da região era impedido pelo Planalto da Borborema. As chuvas precipitavam-se na Zona da Mata, e o ar chegava “seco” ao Agreste e, sobretudo, no Sertão.

O objetivo desse artigo não é o de expor aqui todas as causas, mas são poucas as opiniões divergentes reinante sobre o tema, e a cada dia  se percebe claramente é o abandono da condição do modelo explicativo antigo que atribuía ao Planalto da Borborema a condição de barlavento como responsável pela condição de semiaridez.


Como o Planalto da Borborema na condição geomorfológica de relevo dômico interfere na drenagem exorreica

Do ponto de vista geotectônico, o que individualiza o Nordeste é o fato de ser produzido nele uma das deformações pós-cretácicas do embasamento pré-cambriano que compartimentaram topograficamente o velho e rígido Escudo brasileiro num mosaico de planaltos a que se dá o nome abrangente de Planalto Brasileiro. 

Figura 1; Planalto da Borborema visto da Pedra do Cachorro 1.030 m de altitude, Coordenadas geográficas: 08°14'217"S, 36°11'547"O, limites dos municípios de Tacaimbó, Brejo da Madre de Deus e São Caitano. Credito da imagem: Natalicio de melo Rodrigues, 2017.  

No nordeste oriental propriamente dito essa deformação consistiu num bombeamento de grande raio e pouca altura, do tipo "abóbada de escudo", à custa do qual foram re-salientados maciços antigos que tinham sido extensivamente degradados durante o cretáceo, engendrando-se a partir dai grandes direções radiais duma drenagem grosseiramente centrifuga, representando pelos rios que correm para a costa setentrional (CE e RN), para o oriental e para o São Francisco ao sul (afluentes pernambucanos), tudo isso configurando o aspecto dômico do núcleo nordestino do Escudo, que desse modo se comporta como um centro de dispersão d'águas(ANDRADE,G.S.,1977).

Figura 1: Ver-se acima as condições de drenagem gerais da rede hídrica das rios do Nordeste, ver-se que a província geológica denominada Planalto da Borborema funciona como um domo dispersor de águas do tipo Drenagem Radial. No verão e período de seca o centro do domo os rios por serem perene não escoa com a mesma intensidade que no verão. No inverno ao contrário relacionado ao período de intensos aguaceiros os rios intermitentes por natureza tornam-se perene realçando a superfície dômica dominante do Planalto da Borborema, funcionado assim como um grande centro dispersor de águas. Fonte da Imagem; Mapa o Caminho das Águas projeto de transposição do Rio São Francisco. Autor desconhecido.2010.

Por sua condição na forma de relevo domico influencia diretamente nas condições de drenagem gerais da rede hídrica dos rios do Nordeste, ver-se que a província geológica denominada Planalto da Borborema funciona como um domo dispersor de águas do tipo Drenagem Radial. No verão e período de seca o centro do domo os rios por serem perene não escoa com a mesma intensidade que no verão. No inverno ao contrário relacionado ao período de intensos aguaceiros os rios intermitentes por natureza tornam-se perene realçando a superfície dômica dominante do Planalto da Borborema, funcionado assim como um grande centro dispersor de águas. Fonte da Imagem; Mapa o Caminho das Águas projeto de transposição do Rio São Francisco. Autor desconhecido. 2010.

Assim, considerando Andrade(1977), esse domo que hoje permeia a geomorfologia do nordeste manifesta-se na condição de Domo arqueado denominado Borborema o que possivelmente fez recuar essas águas devonianas de modo que no início do período Carbonífero esse mar já não existe. Mas tarde já período Terciário cerca de 60 m.a. início Paleógeno a convergência das placas sul-americana e de Nazca ampliaram seu grau de convergência e manifestaram seu efeito na borda continental da América do Sul soerguendo-o, dessa forma condição geológica de orogenia fez soerguer as cordilheiras do Andes, consequentemente a Plataforma Brasileira foi reativada sob a fenômeno geológico denominado epirogênese condição em que a plataforma já inclinada foi ampliada e direcionada para o Oceano Atlântico em drenagem exorreica.

REFERENCIAS

JATOBÁ, L.;SILVA,A.F. O Nordeste Brasileiro A Convivência Com a Seca. Recife-PE,Editora bagaço.2015. 

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